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Paralisação de professores de SP | No dia 15, fechar nossas escolas contra as demissões, assédios e o NEM! Que a Apeoesp construa nossa luta!

Na sexta-feira, dia 15, chamamos todas as professoras e professores do estado de SP a paralisar suas escolas, junto aos demais educadores e em diálogo com os estudantes, se concentrando na Praça da República às 16h para a assembleia da categoria. Precisamos tomar como um espaço de decisão nosso e debater como organizar nossa mobilização e greve, que se faz urgente. É hora de relembrar nossa força para Tarcísio, Feder e o plano de guerra que decretaram contra a educação.

quinta-feira 14 de março | Edição do dia

São 30 mil professores categoria O sem salário, milhares de demitidos e outros tantos sofrendo com assédio moral nas escolas.

Nós sabemos, mas é preciso debater e falar para a comunidade escolar os motivos pelos quais precisamos paralisar na sexta-feira.

Com pouco mais de um ano no governo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com seu secretário de educação Renato Feder, desferiu um golpe profundo contra os professores, demitindo e deixando até agora pelo menos 30 mil professores categoria O (contratados) sem salário para sustentar e alimentar suas famílias. Milhares de professores tiveram seus contratos cancelados no final do ano passado e seguem sem aulas e sem salários. Isso é demissão em massa de mulheres professoras, que são a maioria na categoria. Ao mesmo tempo, essa situação não significa que as escolas não estão precisando de professores. Ainda há várias escolas e salas de aula sem professor para ministrar essas aulas. O que acontece é uma atribuição de aulas totalmente desorganizada, sem transparência e com o objetivo de instalar um caos ainda maior, como parte do plano de seguir o projeto de precarização da vida de toda a comunidade escolar. Impossível não partir disso ao pensar na paralisação de sexta-feira, sem pensar nos nossos colegas contratados, que aliás hoje são mais de 50% dos professores da rede básica em todos os estados e municípios! Vamos paralisar porque temos milhares de colegas de trabalho sem sustento e milhares de alunos sem professor!

Somado às demissões, Tarcísio começa o ano também impondo uma verdadeira “plataformização” da educação em que dizem que os professores são obrigados a ministrar aulas preparadas em um slide com conteúdo raso, muitas vezes diretamente carregado da visão de ensino dos empresários que atacam a educação, militares e setores como Mamãe Falei e Nikolas Ferreira. Vejam só os “grandes especialistas” em educação que influenciam o conteúdo, o método de ensino e a utilização desses slides do governo. Isso é uma afronta ao trabalho dos docentes, à liberdade de cátedra, ao aprendizado dos alunos em troca e com paciência dentro de sala de aula, respeitando as diversidades e tempo de aprendizado dos estudantes. Quem ganha com isso são as empresas de tecnologia, plataformas e seus empresários, enquanto o governo Tarcísio planeja por essa via avançar na privatização no ensino público, junto a parceria com o governo federal de investimento do BNDES para privatizações e a construção de escolas privatizadas, que se liga ao corte de R$ 9 bilhões de verbas da educação. Fora isso, anunciou a possibilidade concreta de um projeto de escolas cívico-militares nas periferias para aprofundar a repressão contra a juventude e as comunidades. Tarcísio quer colocar os militares do 8 de janeiro para reprimir os estudantes e professores nas escolas, enquanto controlam também as verbas da educação. A situação nas escolas já é de um crescente assédio, controle e perseguições contra nós educadores, principalmente aqueles que seguem lutando pela educação e pelos direitos de toda a comunidade escolar. Vamos paralisar e organizar nossa luta também contra a ditadura dos slides, plataformas e assédio nas escolas!

Como chegamos até aqui? Também precisamos pensar nisso

Não é de hoje que a extrema-direita de Tarcísio de Freitas vem travando uma guerra contra a educação. São protagonistas no Escola Sem Partido, nos ataques ao plano nacional de educação e mesmo no novo ensino médio. A questão é que até agora seguem se fortalecendo como vemos em SP, com o governador do Republicanos se sentindo confortável para aprovar abertamente uma chacina sem precedentes na Baixada Santista, anunciar que vai vender tudo que pode da população, até a água, e atuar dessa forma junto a Feder na educação. Mas não podemos ignorar que esse fortalecimento também é proporcionado por ter seu partido, o Republicanos, na base aliada do governo Lula-Alckmin, além dos afagos públicos de Lula a Tarcísio, as parcerias privatistas e mesmo quando Lula diz que "se cada estado quiser criar, que crie". Enquanto isso não vemos a Apeoesp, dirigida pelo PT e PSOL, organizar nenhuma resistência contra o governo de Tarcísio, o último ano passou totalmente batido e não se viu a Apeoesp fazendo absolutamente nada!

Agora vemos Nikolas Ferreira na presidência da Comissão de Educação Nacional e o Novo Ensino Médio sendo totalmente mantido pelo ministro Camilo Santana, que aliás segue partilhando o MEC com os empresários e reformadores da educação. O NEM, com propostas de mudanças cosméticas, segue aprofundando a evasão escolar, fechamento de salas de aulas e mais demissões de professores, mais conteúdo raso e a perda do aprofundamento dos estudantes nas disciplinas necessárias para sua formação técnica, mas também intelectual. Sem dar condições para nossa categoria lutar e lembrar da sua força, o governo da frente-ampla e os sindicatos da educação seguem construindo a ideia de que a nossa a única saída é esperar as eleições, enquanto articula chapas eleitorais como a de Boulos e Marta Suplicy, uma golpista de 2016 apoiadora das reformas que detonaram os direitos da população e consequentemente da comunidade escolar.

Reconquistar a confiança em nós mesmos e exigir que a Apeoesp abra suas portas para que possamos opinar em como construir nossa luta e a tão necessária greve

Uma frase é muito usada por aí, mas segue verdadeira: “não faltam motivos para a educação ter que lutar”. Mas também sabemos da grande desconfiança que os professores têm da direção do sindicato, que não transmite nenhuma segurança de que vai levar a sério as bravatas que faz no caminhão de som. A questão é que se não pressionarmos e exigirmos atitude da Apeoesp, ela seguirá cozinhando nossa luta e deixando passar mais uma vez uma grande oportunidade de nos organizar e construir nossa luta.

E o momento é agora, porque os professores de várias cidades e estados estão em mobilização ou greve, como justamente os educadores do município de São Paulo, uma categoria que já derrotou Doria, Bruno Covas e agora vai com tudo para cima de Ricardo Nunes, que junto de Tarcísio são mascotes de Bolsonaro. Também a educação federal e de ensino superior nas universidades federais está se movendo. Imagina uma categoria de mais de 200 mil professores levantando junto? É isso que precisamos lembrar: nossa força, nosso tamanho e como estamos em cada canto de SP. Já fizemos lutas históricas e enfrentamos dezenas de governadores. Podemos sim nos espelhar nos metroviários que seguem desafiando Tarcísio, e nos professores do município. Se construímos nossa luta aqui e a luta da educação avança nacionalmente, podemos batalhar para que a CNTE chame um dia de luta nacional contra a precarização do trabalho docente, por melhores salários e contra o NEM!

Além disso, chega de divisão entre nós! Essa fragmentação que existe entre nós, onde o Estado impõe propositalmente letrinhas para definir os nossos direitos, só cria ainda mais um sentimento de que estamos sozinhos dentro de nossas salas de aula preenchendo a SED. Não estamos, somos milhares enfrentando os mesmos problemas. Por isso, queremos propor unir toda categoria, e junto aos professores categoria O que estão fazendo importantes atos e denúncias contra as demissões, debater em todas as escolas e com a comunidade escolar que vamos paralisar sexta-feira, lotar a frente da Secretaria de Educação e exigir que a Apeoesp leve a sério a necessidade de mobilizar e construir nossa greve dos professores, abrir as portas das subsedes para reunir os professores e estudantes para organizar comandos de mobilização, reuniões, cartas e aulas públicas. Que rompa com sua passividade e a subserviência aos interesses da frente ampla.

Precisamos exigir que todas as subsedes do sindicato construam essa paralisação com passagens em escolas, dando confiança para a categoria poder paralisar, defendendo os professores de qualquer tipo de assédio das direções e DEs, batalhando pela reposição e que garanta que todos os professores demitidos e sem aulas possam participar ativamente da mobilização, auxiliando com a alimentação e o transporte das passagens em escolas, para que esses professores possam também fazer parte dessa construção da nossa mobilização e greve. Com voz e atuação da base dos professores, se unificando com as demais categorias em luta, ligando os educadores e terceirizados estaduais e exigindo um plano de luta de verdade da direção da Apeoesp, podemos fazer frente ao plano de guerra do Tarcísio e contra-atacar com a nossa força e história de luta.




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