×

NACIONALISMO DE FAIXADA | Militares e Bolsonaro: uma aliança pelo entreguismo e subordinação aos EUA

Eis aqui 3 exemplos hipócritas e detestáveis daqueles que se dizem “nacionalistas”, mas sempre trabalham como cúmplices do imperialismo para espoliar as riquezas nacionais, o boicote à tecnologia brasileira, e a cada vez mais presença militar dos EUA em nosso território.

Mateus CastorCientista Social (USP), professor e estudante de História

quarta-feira 31 de março de 2021 | Edição do dia

O histórico de massacres e repressão contra a população brasileira representa o ódio e medo colossal das cúpulas militares e da burguesia diante dos explorados e oprimidos em nosso país, ao passo que diante de autoridades de potências imperialistas, ultrapassam a fronteira da docilidade e chegam a idolatria. Quando são chamados os cães de guerra contra o seu próprio povo, exalam medo e agressividade; agora, diante de potenciais ameaças à soberania nacional e a interferência estrangeira dos EUA, se transformam nos submissos e dóceis homens que vemos ocupar protagonizar a política nacional.

Eis aqui 3 exemplos hipócritas e detestáveis daqueles que se dizem “nacionalistas”, mas sempre trabalham como cúmplices do imperialismo para espoliar as riquezas nacionais, o boicote à tecnologia brasileira, e a cada vez mais presença militar dos EUA em nosso território.

a) Os generais brasileiros subordinados diretos ao Comando Sul dos EUA: “Os brasileiros estão pagando para ele vir trabalhar para mim”, afirmou o comandante do Sul dos EUA, sobre seu exemplar subordinado, o brigadeiro David Almeida Alcoforado. O militar brasileiro ocupa o cargo de vice-diretor do departamento que cuida da estratégia, diretriz política e planejamento do Comando Sul, desde 23 de março de 2020. O nome do departamento, por si só, já mostra que o brigadeiro têm um papel de importância, mas traduziremos o que significa: é assistente direto do braço militar responsável por articular intervenções nos países da América Latina e Caribe. De R$ 29.101,70 brutos que ganhava aqui, Alcoforado passou a receber R$ 50,9 mil de acordo com o câmbio do momento.

Em fevereiro de 2019, logo no início do governo Bolsonaro, o general Alcides Valeriano de Faria Junior foi enviado para ser funcionário direto das FA americanas no posto de subcomandante da interoperabilidade do Comando Sul. Seu papel resume-se a liderar e monitorar exercícios e operações de “assistência humanitária” e “alívio de desastres”. Também no início de 2019, a “assistência humanitária” foi planejada por Trump para que os EUA, junto ao exército colombiano e brasileiro, assistissem Juan Guaidó no golpe contra Maduro na Venezuela.

b) Entrega da Base de Alcântara e assistência aos EUA em operações na Amazonia: Em novembro de 2019, após Bolsonaro e Trump entrarem em um acordo e por fim a negociações que já duravam décadas, o Centro Espacial de Alcântara foi entregue aos EUA, que agora podem fazer o lançamentos de seus foguetes na região, que graças a sua localização próxima ao equador, preserva 30% do total do combustível gasto por lançamentos feitos em território americano. Nunca preocupou ao oficialato tanto no governo, mais diretamente bolsonarista, nem os “moderados” ou “da terceira-via”, que os EUA passe a ter um controle significativo da base, uma clara ameaça para a soberania nacional, assim como as operações conjuntas entre os exércitos americanos e brasileiros na Amazônia, com a justificativa de combate ao “tráfico de drogas” mas que se dava ao mesmo tempo de intensificação da crise na Venezuela. A cúpula militar mais poderosa do planeta não realiza suas movimentações somente para combater o “tráfico” ou lançar foguetes, por trás disso está o aumento da influência americana direta no território nacional, com claras perspectivas estratégicas dos EUA para manter a subordinação do sub-continente que sempre consideraram seu quintal, o generalato brasileiro sabe disso muito bem, mas como bom subordinados, apenas aceitam.

c) Operação Lava-Jato: a cumplicidade das FA com a intervenção do FBI e do departamento de Estado americano: Aqueles que protegem a “segurança nacional” e sempre dizem defender a soberania brasileira sabem da ingerência direta dos EUA na operação Lava-Jato, que teve auxílio direto do FBI, cujos agentes vieram para o Brasil (sem o mínimo conhecimento do então governo federal petista) e se reuniram com os procuradores golpistas. Moro fez treinamentos pelo Departamento de Estado norte-americano; a operação Lava-Jato atacou a Petrobras e abriu o caminho para a entrega do Pré-Sal e desmonte da estatal; da mesma forma a operação acabou com projetos para o desenvolvimento de tecnologia nacional (de navios sonda de perfuração e tecnologia nuclear). Tudo isso era para os militares um exemplo de patriotismo, nada mais cínico.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias