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METRÔ DE SP | Metroviários de SP se mobilizam contra retirada de direitos e privatização

quinta-feira 14 de junho de 2018 | Edição do dia

No dia de ontem, 13, no Metrô de SP os trabalhadores protagonizaram uma importante mobilização contra o avanço da privatização, fazendo com que a empresa recuasse parcialmente na retirada de direitos. As bilheterias que já estão sendo tercerizadas nas linhas e a venda da Linha 5 - Lilás e 15 – Prata/Monotrilho para a iniciativa privada são exemplos categóricos do avanço do sucateamento dos transportes que o governo quer implementar para continuar enriquecendo os grandes empresários que financiam as campanhas políticas para o tucanato paulistano. Veja ao final desta matéria a declaração do Sindicato sobre a negociação de ontem.

Para Marilia, diretora do Sindicato e operadora de trem da Linha 3 Vermelha, "A mobilização dos metroviários foi muito importante para o Metrô recuar parcialmente na quebra do acordo com os operadores de trem e dar alguma satisfação aos trabalhadores da estação que sofrem com a terceirização das bilheterias. Mas ainda é insuficiente, pois são ataques que estão dentro de um contexto da ofensiva da privatização, como agora da Linha 15 - Monotrilho, cujo edital está previsto para dia 26 de junho. Por isso, diferente do que foi a atuação da ala majoritária do sindicato nas estações da Linha 3 Vermelha (dirigida pela CTB) que sequer apareceu nas áreas pra massificar a mobilização, nas estações da Linha 2 Verde e entre os operadores de trem os trabalhadores aderiram amplamente a mobilização. Por isso, neste próximo período, a maioria dos diretores do sindicato tem que estar na base sendo que em muitas áreas isso não ocorreu, e é um problema. Ampliar e fortalecer a mobilização é a única maneira de vencer definitivamente os ataques que o Metrô quer impor."

Apesar da baixa presença do Sindicato nas áreas hoje os metroviários seguem resistindo com importantes medidas de luta contra os avanços da privatização que cada vez se tornam mais presentes, como no dia de ontem em que a categoria retirou o uniforme, utilizou um adesivo contra a privatização e terceirização em grande parte dos setores e organizou uma manifestação no centro da cidade (que se encontrou com manifestação pela moradia do MTST), que obrigou a empresa onde se avançou nas negociações com a categoria. O plano de lutas aprovado na última assembleia prevê ainda mais mobilizações dos metroviários até a semana que vêm, veja neste artigo.

Para Felipe Guarnieri, operador de trem da Linha 1 – Azul e diretor da FENAMETRO, "A privatização do Metrô, além de atacar os direitos dos trabalhadores, entrega para o lucro da iniciativa privada o direito de transporte da população. Quem se favorece são os mesmos empresários e patrões que lucram com o pagamento da dívida pública do país que aumenta diariamente. Uma dívida ilegal, ilegítima e fraudulenta que rouba a população todo o mês, retirando os mais essenciais direitos a serviços públicos, como o transporte de qualidade. Não há saída para derrotar a privatização que não seja a defesa de um transporte 100% estatal sob gestão dos trabalhadores e controle popular".

Veja abaixo informe do Sindicato dos Metroviários de SP da reunião com a empresa (13/6) contra os ataques a categoria:

Hoje foi um importante dia de mobilização da categoria. A forte adesão de retirada do uniforme no tráfego e estações, mostrou a disposição de luta existente. No final do dia tivemos a reunião com uma comissão. Aqui estão os pontos tratados.

  •  50 minutos OTs: a empresa recuou momentaneamente e fará um comunicado ao OPC garantindo a prática anterior de saída antecipada até o final de junho, enquanto seguem as negociações.
  •  Anotação no ROA (CIP): a empresa garantiu que orientará toda a chefia para cancelar as anotações em razão da mobilização ocorrida hoje (retirada de uniforme e uso do adesivo).
  •  Transferências dos trabalhadores das estações da L5: denunciamos a falta de informação e de respeito com que tem sido tratados os trabalhadores. Foi apresentada por nós uma lista com mais de 110 assinaturas de OTM I e II de estação colocando suas preferências para a transferência. A empresa ficou de marcar uma data de reunião para tratar especificamente sobre o assunto.
  •  Atribuição de atividades para OTM1: Data da reunião será marcada na semana que vem para avançar na discussão de novas funções que possam garantir periculosidade e também treinamento de bilheteria, rodízio nos postos. Essa reunião terá a participação de companheiros da base.

    Foto de capa: Paulo Iannone/Sindicato dos Metroviários de SP




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