André Barbieri São Paulo | @AcierAndy
terça-feira 19 de setembro de 2017 | Edição do dia
Imagem: Nivalter Aires
O Esquerda Diário, impulsionado pelo MRT e vinculado à Rede de diários digitais da esquerda internacional La Izquierda Diario, alcançou nesta segunda-feira, 18/9, a marca histórica de mais de 100 mil acessos em um só dia. Tornou-se um importante portavoz do repúdio contra a decisão da Justiça Federal do DF, que acatou liminar da psicóloga Rozangela Justino, permitindo que os homossexuais sejam tratados como doentes (enquanto a população trans ainda segue tratada como doente pela Organização Mundial de Saúde). Isso contraria a Resolução 01/99 do Conselho Federal de Psicologia, que determinou que a homossexualidade não constitui nem doença, nem distúrbio, nem perversão.
A denúncia desta decisão da Justiça Federal realizada por Marie Castañeda e Diana Assunção viralizou nas redes sociais. Mais de 100 mil pessoas se informaram pelo Esquerda Diário desse escândalo, segundo o Google Analyctics. No Facebook, a publicação alcançou centenas de milhares de pessoas, e milhares de compartilhamentos. Isso mostra a raiva que gerou em amplos setores da população, que já se enfrentaram contra um plano semelhante em 2013: o projeto da“Cura Gay” que Marco Feliciano (PSC-SP) tentara aprovar enquanto era presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara durante o governo Dilma Rousseff.
Dados do Google Analyctics
A autora desta liminar acatada pela Justiça Federal do DF é a psicóloga Rozangela Justino. Em 1999, essa reacionária recebeu censura pública do Conselho Federal de Psicologia por prometer "reverter a homossexualidade”. Em entrevista à Veja, Justino chegou à aberração de comparar a "militância homossexual ao nazismo". Afirmou que "o ativismo pró-homossexualismo está diretamente ligado ao nazismo. Todos os movimentos de desconstrução social estudam o nazismo, porque compartilham um ideal de domínio político e econômico mundial".
Pode-se ver esse mesmo lixo reacionário neste vídeo, que denunciamos nesta matéria.
Este combate no Esquerda Diário foi precedido pela nota que sugeria as “21 grande sobras de arte que aterrorizariam o MBL, Bolsonaro e Feliciano”, que está viralizando nas redes apesar de diversas denúncias de censura à nota pelo Facebook (Mark Zuckerberg finge progressismo, mas censura a esquerda enquanto a direita proíbe exposições e espetáculos de arte). Ou como fez Jair Bolsonaro, defendendo o fuzilamento dos artistas da exposição Queer Museum, recentemente fechada pelo Santander Cultural, que também denunciamos no Esquerda Diário (ver aqui).
Em meio à série de demonstrações de que a direita se propõe fazer retroceder nossos direitos democráticos, a companhia do metrô de São Paulo agravou este quadro: demitiu Valter Rocha Júnior, operador de estação da Praça da Árvore (Linha 1 - Azul) e há 15 anos trabalhando na empresa, após ter sido vítima de preconceito racial por usuário. A denúncia e o repúdio do Esquerda Diário a essa medida racista do metrô de SP, sob o governo do tucano Geraldo Alckmin, teve grande repercussão entre os trabalhadores metroviários.
É preciso transformar essa onda de indignação e ódio contra a homofobia num grande movimento social ativo nas escolas, universidades, fábricas e serviços, ao lado da classe trabalhadora, para exigir a revogação imediata dessa liminar reacionária.
Como disseram Diana Assunção, fundadora do grupo de mulheres Pão e Rosas Brasil, “é preciso exigir a total revogação dessa liminar, e nos colocamos contra qualquer tentativa de ‘Cura Gay’”. Virgínia Guitzel, da Juventude Faísca, disse que “É fundamental que consigamos nos colocar a frente contra tentativas de acabar com nossas liberdades democráticas, retomando exemplos de luta como Stonewall, retomando nossas formas de luta, para ao lados das trabalhadoras e trabalhadores, realmente conseguir garantir nossa livre sexualidade”.
O Esquerda Diário, assim como a Juventude Anticapitalista Faísca, o grupo de mulheres Pão e Rosas e o MRT, colocam suas forças a serviço dessa batalha. Por isso chamamos todos a participarem do ato pela revogação imediata da liminar nesta sexta-feira (22/9), no MASP, às 17h, com o evento no facebook.
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