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REFORMA DA PREVIDÊNCIA NO RECIFE | João Campos (PSB) quer aprovar reforma da previdência municipal no Recife

Enquanto a grande mídia atrai toda a atenção para o teatro da CPI, onde o sujo fala do mal lavado e revela aquilo que todo mundo já sabia, João Campos aproveita para enviar à câmara de vereadores uma reforma da previdência em Recife que irá retirar direito de aposentadoria de pelo menos 19 mil servidores municipais.

quarta-feira 9 de junho de 2021 | Edição do dia

O plano da reforma administrativa municipal de Recife foi encaminhado ontem para a câmara de vereadores. João Campos do PSB segue a linha dos governadores do Nordeste, e quer aplicar uma reforma que pretende aumentar o tempo necessário para aposentadoria dos servidores, sob a justificativa de “corte de gastos”.

A reforma de Campos aumenta de 12,82% para 14% a alíquota de contribuição previdenciária para todos os funcionários, além de aumentar a idade mínima para aposentadoria, as mulheres passando de 55 para 61 anos e os homens de 60 para 64 anos. Esse absurdo ataque do governo do PSB é ainda pior para as mulheres, que terão a aposentadoria aumentada em 6 anos, enquanto para os homens serão 4 anos, ou seja quase o dobro para as mulheres, uma estratégia para dividir os trabalhadores e arrancar ainda mais do setores mais oprimidos e explorados. Para professores municipais o aumento segue o mesmo padrão, passando de 55 para 59 para homens e de 50 para 56 para as mulheres, A reforma ainda prevê que a contribuição mínima para aposentadoria será de 25 anos, sendo necessário 10 anos como servidor público.

A reforma ainda prevê um plano de incentivo de “demissão voluntária” em empresas estatais de Recife. O plano de demissão atinge estatais estratégicas da cidade, que poderiam estar contratando em um momento agudo de desemprego para inclusive melhorar o serviço e as condições estruturais da cidade, que sofre todos os dias com transportes lotados, caos urbano, alagamentos e deslizamentos. Mas João Campos prefere incentiva a demissão e precarizar ainda mais os serviços do serviço público das autarquias de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb), de Urbanização do Recife (URB) de Serviços Urbanos do Recife (Csurb) e de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), além da Empresa Municipal de Informática (Emprel).

Enquanto em 2019 Bolsonaro já destilava seu ódio e desprezo para com a classe trabalhadora, aplicando a reforma da previdência nacional junto com a articulação de Rodrigo Maia e o centrão, os governadores do PT e PSB do nordeste lideraram a aplicação das reformas da previdência nos estados. João Campos segue o caminho agora aplicando a reforma em Recife, nas mesmas medidas que a reforma de Bolsonaro. As reformas da previdência, tanto estadual quanto municipal, são ainda mais cruéis no nordeste onde a expectativa de vida da população é ainda menor do que a média nacional. Em Pernambuco a expectativa de vida em 2019 era de 75 anos enquanto a média brasileira, é de 76,6 anos. Ainda mais grave é este ataque em plena pandemia do coronavírus, que vem ceifando a vida de milhares de trabalhadores, sendo os mais velhos o grupo de risco. Pouco mais de uma semana após reprimir brutalmente a manifestação do 29M em Recife, o PSB dá mais uma amostra de que lado realmente está.

Frente a esse ataque, os servidores realizaram um ato em frente à prefeitura na manhã de ontem. Isso só evidencia cada vez mais a necessidade de unificar a luta dos estudantes com a classe trabalhadora, para massificar as mobilizações do dia 19J e construir uma grande paralisação nacional. As grandes centrais, como CUT e CTB, deveriam estar encabeçando isso, convocando assembleias em cada local de trabalho para armar a mobilização. Infelizmente, tem seguido o caminho oposto, fazendo de tudo para separar essa luta nas jornadas do último dia 29, tendo realizado convocações separadas de manifestações simbólicas no dia 26 e depois retornaram à sua quarentena, enquanto os trabalhadores seguem trabalhando e morrendo de Covid. Nesse sentido, PSOL, PCB e UP se adaptam a essa separação, onde através da anti-democrática e burocrática “Assembleia Povo na Rua” convocaram o próximo ato para um sábado e se calam frente à essa traição das burocracias sindicais, ao mesmo tempo que Lula também não fala uma palavra sobre as mobilizações nem sobre a atuação do PSB, com o qual vem se reaproximando, o que já é uma amostra do que podemos esperar de um eventual novo governo seu.

A outra lição disso é que nossa luta tem de ser contra Bolsonaro, mas também contra Mourão e todos os golpistas, como o PSB, que está no executivo estadual de Pernambuco e também de sua capital, assim como em diversos outros lugares, aplicando as mesmas reformas de Paulo Guedes.
Por isso, é necessário batalhar para massificar as mobilizações do dia 19J, com a exigência para que cada CA e DCE convoquem assembleias de base em cada universidade e para que se crie um Comando Nacional de Mobilização das Universidades Federais, buscando unificar as lutas em curso da juventude, dos trabalhadores e de todos os setores oprimidos,. Também é ncessário exigir que as centrais sindicais saiam de sua paralisia e que revertam já sua política de separação das lutas, da qual a UNE também é cúmplice.

Ver também: EDITORIAL: 5 pontos para potencializar a mobilização com a força do 29M




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