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Tensão no Oriente Médio | Israel ataca alvos no Irã, Síria e Iraque

Na quinta-feira passada, Israel realizou bombardeios com mísseis em alvos de pelo menos duas cidades iranianas, e ataques aéreos em outros pontos da Síria e do Iraque a partir de aviões de combate.

sexta-feira 19 de abril | Edição do dia

Na noite de quinta-feira, o Exército israelense bombardeou vários alvos no Irã, Síria e Iraque. Segundo as redes americanas CNN e ABC News, um alto funcionário desse mesmo país informou que os ataques foram em retaliação ao lançamento de mísseis balísticos e drones feito pelo Irã no sábado passado, em resposta ao ataque israelense à embaixada iraniana na Síria dias antes.

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Por sua vez, a agência de notícias iraniana Fars informou que foram ouvidas explosões em um aeroporto na cidade de Isfahan, embora as causas fossem desconhecidas, e que o governo havia suspendido os voos comerciais de e para as cidades de Teerã, Isfahan e Shiraz. De acordo com essas fontes, mísseis israelenses atingiram alvos em Teerã, a capital iraniana, e na cidade de Isfahan, enquanto aviões da Força Aérea Israelense bombardearam radares no sul da Síria e outros alvos no Iraque.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, havia advertido na quarta-feira que seu país responderia ao ataque iraniano do sábado, mas que o gabinete de guerra israelense ainda estava debatendo "quando e como" fazê-lo. A ação do Irã foi uma resposta ao bombardeio à sua embaixada em Damasco, a capital síria, e foi realizada de forma a não causar vítimas israelenses ou danos materiais significativos, com um aviso público antecipado sobre o lançamento de dezenas de drones e mísseis, tentando evitar uma escalada na já tensa situação na região devido ao genocídio provocado por Israel em sua invasão à Faixa de Gaza, além de sangrentos ataques contra palestinos na Cisjordânia e no sul do Líbano.

Desde então, Israel estava debatendo como responder, apesar da pressão dos Estados Unidos e outros aliados ocidentais, que clamaram o governo de Netanyahu a "colher a vitória" por ter repelido com sucesso os lançamentos de mísseis e drones iranianos. O Ocidente teme que, se Israel e o Irã se envolverem em uma espiral de retaliações, o Oriente Médio entrará em uma guerra sem precedentes e com perspectivas imprevisíveis.

Por sua vez, o Irã declarou na quinta-feira perante o Conselho de Segurança da ONU que Israel "deve ser obrigado a pôr fim a qualquer nova aventura militar contra nossos interesses", enquanto o secretário-geral da ONU, António Guterres, advertiu que o Oriente Médio está passando por um "momento de máximo perigo".

Ainda que na noite de sábado destacou-se um risco de um salto na escalada no Oriente Médio, não se pode saber com certeza como continuará o conflito. Netanyahu se enfrenta com uma enorme crise interna em que sua sobrevivência política dependerá da continuação da guerra genocída em Gaza e da satisfação das exigências de seus sócios de extrema-direita. Neste contexto só a luta dos trabalhadores e dos povos da região, com independência do imperialismo, mas também do regime teocrático e reacionário iraniano e do chamado “eixo de resistência”, pode permitir evitar a guerra e dirigir a luta pela autodeterminação do povo palestino.




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