Entre a crise climática que teve impacto nas plantações e a guerra na Ucrânia que aumenta as cotações em commodities agrícolas, o valor da cesta básica consome hoje 56,11% do salário mínimo líquido.
sexta-feira 18 de março de 2022 | Edição do dia
Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A inflação de alimentos que compõem a cesta básica chegou a 12,67% no acumulado até fevereiro, segundo estudo feito por professores do curso de Economia da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná).
O indicador ficou acima do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Até fevereiro, o IPCA teve avanço de 10,54% em 12 meses.
O cálculo foi feito a partir da variação dos preços de 13 alimentos: a variação da cesta básica atingiu 2,02% em fevereiro, menor que a taxa de janeiro (2,27%), mas ainda o dobro do IPCA de fevereiro (1,01%). Os maiores avanços foram na batata-inglesa, que aumentou 23,49%, e no feijão carioca, que aumentou 4,77%.
No acumulado de 12 meses, a maior alta foi a do café em pó (61,19%) e, em seguida, a do açúcar cristal (36,30%), ambas produções prejudicadas pela crise hídrica e por geadas no ano passado.
Além da crise climática e o clima adverso que afetou as plantações com excesso de chuva no Sudeste e período de seca no Sul, a guerra na Ucrânia também aumentou as cotações de commodities agrícolas, como trigo, milho e soja.
O aumento da cesta básica resulta no registro cada vez maior de pessoas em situação de insegurança alimentar e em busca de doações de comida. Segundo o Dieese, a cesta básica corresponde a 56,11% do salário mínimo líquido.