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REFORMA TRABALHISTA | Governo promove propaganda enganosa da Reforma Trabalhista

Modernização ou retrocesso? O governo golpista tenta nos convencer, através milhões de reais gastos em propaganda que a reforma trabalhista significa modernização. Mas sentimos na carne o peso desse retrocesso nos nossos direitos.

Patricia GalvãoDiretora do Sintusp e coordenadora da Secretaria de Mulheres. Pão e Rosas Brasil

quarta-feira 17 de janeiro de 2018 | Edição do dia

O governo do golpista Michel Temer tem investido pesado em propaganda. Os deputados corruptos do nosso congresso aprovaram que se gaste quase 100 milhões de reais, saídos dos cofres públicos, em propaganda enganosa para nos convencer de que as reforma trabalhista pode ser boa para os trabalhadores. Mas vamos aos fatos:

Rumo ao século XXI ou ao século XIX?

A própria propaganda do governo federal admite que a reforma trabalhista é para aumentar o lucros dos empresários. O que ela não diz é que a lucratividade das empresas depende necessariamente da exploração do trabalhador. E nada é mais lucrativo do que um trabalhador que ganhe menos, tenha menos direitos e trabalhe muito mais.

A propaganda diz que a reforma trabalhista torna jornada formal o que era informal. Oras, a jornada informal significava já precarização. Pra conseguir pagar suas contas, o trabalhador era forçado a fazer jornadas informais, bicos. O trabalho intermitente significa na prática ganhar muito menos que um salário mínimo. Empresas como o Magazine Luiza e Riachuelo, além de diversas redes de fast-food estão contratando trabalhadores por R$4,50 a hora. No cálculo geral, em uma jornada de 44 horas semanais dá menos que um salário mínimo. Nas grandes redes de fast-food a hora do trabalhador vale menos que um lanche.

Saiba mais: Com trabalho intermitente redes de fast-food pagam salário mais barato que qualquer lanche

Como se não bastasse, sequer o direito a se aposentar é garantido. O trabalhador que não atingir o salário mínimo, para poder se aposentar terá que pagar a contribuição para o INSS por fora. O governo cobrará o trabalhador o valor de 8% sobre a diferença entre a remuneração recebida e o valor do salário mínimo para aquele trabalhador que já recebe abaixo dessa quantia. Nessa conta, quanto menor o salário, mais difícil vai ficar para o trabalhador, que já recebe abaixo do mínimo, contribuir com o INSS e garantir uma aposentadoria mínima.

Muitas empresas também aproveitaram a reforma para estabelecer jornadas de até 12 horas diárias. O trabalhador fica doze horas na empresa, gasta em média quase 3 horas no trânsito da sua casa até o trabalho, às vezes até mais. Sobram pra ele 9 horas pra dormir, cuidar da sua alimentação e higiene, dedicar aos filhos e sua família. A medicina recomenda 8 horas de sono saudável diárias. Ou seja, ou descansa, ou come, ou cuida dos filhos. É a precarização em todos os âmbitos da vida.

O a diminuição do intervalo intra-jornada, a hora do almoço, pode ainda ser reduzida para 30 minutos, ou seja, nem almoçar e descansar antes de retomar a jornada o trabalhador tem direito. A jornada de 8 horas foi conquistada no brasil há quase 100 anos atrás. Avançamos ou retrocedemos.

Negociado x legislado

A reforma também possibilita que o acordado valha mais que o legislado. O governo diz que assim as duas partes, patrão e empregado, sentam e negociam algo que seja bom para os dois lados. O governo tenta nos fazer acreditar que patrão e empregado tem interesses comuns e que estão em condições de igualda na hora da negociação. Oras, o patrão tem interesse em explorar até o osso o trabalhador pagando o menor salário possível sob contratos cada vez mais precários. O trabalhador quer justamente o oposto. O patrão pode demitir o empregado, mas o oposto não pode ocorrer. A “negociação” de Temer fica entre o patrão, o empregado e a porta da rua. Quem perde é sempre o trabalhador.

Saiba mais: 7 pontos da Reforma Trabalhista que tornarão a vida do trabalhador brasileiro um inferno

É preciso retomar o caminho da greve geral

O governo mente dizendo que a reforma vai aumentar a oferta de empregos. Mas o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), mostrou que foram mais demissões que admissões desde que a reforma entrou em vigor. É demagogia lotada de mentiras para nos fazer trabalhar cada vez mais em condições mais e mais precárias. A reforma da previdência, sonho do governo Temer, quer nos fazer trabalhar nessas condições até morrer.

É preciso organizar a resistência dos trabalhadores para avançar na luta. Temos que retomar os sindicatos para as mãos dos trabalhadores contra as burocracias sindicais traidoras e impor um plano de lutas efetivo, retomando o caminho da greve geral, que anule a reforma da trabalhista e barre a reforma da previdência.

Não vamos trabalhar até morrer!




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