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METRÔ SP | Governo Alckmin dá calote de R$66 mi no Metrô

Valor que não foi repassado corresponde a 20% das gratuidades de 2015; Alckmin afirma que calote é "prova de eficiência" da companhia.

quinta-feira 3 de março de 2016 | 00:39

O jornal Folha de São Paulo publicou nessa quarta-feira, 2, uma matéria comprovando que o governo de SP vem diminuindo o repasse de verbas ao Metrô, algo que todo metroviário já sabia. A novidade fica por conta da área atingida pelos cortes nessa nova investida

Após terem sido congeladas as obras de expansão do metrô e a Participação dos Resultados ter sido parcelada, agora é a vez das do repasse das gratuidades (descontos para maiores de 60 anos, deficientes, desempregados e estudantes) sofrer severo corte. Diante da estimativa de R$330 mi em gastos com gratuidade em 2015, a Secretaria de Transportes Metropolitanos repassou apenas R$264 milhões, 20% a menos.

Questionado sobre o caso, Geraldo Alckmin afirmou que Isso é prova de eficiência. O Metrô está mais eficiente, exigindo um repasse menor", omitindo que essa "eficiência" está sendo obtida a custa do sucateamento da empresa, que reduz ininterruptamente seu quadro operativo através da ausência de contratações, ataca os direitos históricos dos trabalhadores e trabalha com empresas terceirizadas que são apenas fachadas para a apropriação do dinheiro público, legal ou ilegalmente.

Para piorar, o Secretário de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissoni, afirmou em entrevista que a redução faz parte de um plano de metas do governo do Estado para reduzir em até 25 % os gastos, devido a queda na arrecadação estadual decorrente da crise econômica e política que varre o país.

Isso mostra o tamanho dos ataques que os Metroviários enfrentarão esse ano, com o corte no repasse do governo, a iminente privatização da Linha 5-Lilás e a possibilidade de federalização para posterior privatização de todo o sistema metroferroviário. Nessas condições, a empresa irá buscar avançar sobre as conquistas históricas da categoria, como já fizeram no caso PR, e somente a organização dos trabalhadores poderá impedir um retrocesso maior.

É necessário que se organize desde já um plano de lutas sério e comprometido, com um calendário de setoriais, assembleias, atos e ações diretas que se estenda até a campanha salarial e que exija que o Governo Alckmin abra toda a contabilidade da Secretaria de Transportes Metropolitanos e prove para os trabalhadores e revele para onde está indo todo o dinheiro da secretaria com mais verbas de todo o governo estadual e que recebeu mais de 4 bilhões somente em 2015.

O Sindicato dos Metroviários deve fugir do "script" costumeiro de deixar o início da mobilização apenas para maio e deve começar a organizar a base desde agora para impedir esse intenso sucateamento que vem impondo jornadas de trabalho cada vez mais cansativas, especialmente na operação, onde a falta de funcionários tem causado imensas filas nas bilheterias e elevado o nível de atrito com a população a níveis enlouquecedores.

Com informações de Agencia Estado e Folha de S. Paulo




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