423,3 mil famílias conseguiram a liberação do Bolsa Família, mas não do auxílio emergencial que está substituindo os recursos do programa. O resultado é que centenas de milhares de pessoas estão basicamente sem renda para se alimentar.
segunda-feira 14 de junho de 2021 | Edição do dia
Foto: Guido Dingemans, De Eindredactie/Getty Images
Mais de 400 mil famílias que entraram na linha da pobreza ou extrema pobreza esse ano estão praticamente sem renda para se alimentar, dado que não têm recebido nem o Bolsa Família nem o auxílio emergencial.
No início do ano centenas de milhares de famílias apresentaram documentação ao Ministério da Cidadania para aderir ao programa Bolsa Família, e foi confirmado que se tratam de casos que ficam abaixo da linha da pobreza ou extrema pobreza. No entanto, os usuários do Bolsa Família têm recebido o auxílio emergencial, que é um valor maior, em detrimento do recurso do programa, e até hoje essas famílias estão sem receber nenhum tipo de verba do governo.
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O número de famílias que sequer conseguiram se cadastrar no Bolsa Família, amargando a lista de espera, é bastante maior: 1,2 milhões.
Isso acontece ao mesmo tempo que a quantidade de beneficiários atingidos - 39,1 milhões - e a quantidade de verba usada para o auxílio emergencial nesse mês - R$8,9 bilhões - estão abaixo dos 45,6 milhões e R$11 bilhões previstos, que já era bastante inferior às necessidades de uma população fortemente atingida pelo aumento vertiginoso da insegurança alimentar e da fome.
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