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REFORMA DO ENSINO MÉDIO | Folha de São Paulo condena Filosofia e Sociologia como culpadas por baixo desempenho em matemática, utilizando-se de pesquisa

segunda-feira 16 de abril de 2018 | Edição do dia

Em recente matéria publicada pela Folha de São Paulo, referente a uma pesquisa realizada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a conclusão defendida pelo estudo é taxativa: filosofia e sociologia prejudicam o desempenho em matemática.

A pesquisa ainda tenta apontar dados para sustentar a absurda conclusão obtida de forma mecânica. Segundo os pesquisadores, os dados obtidos desde 2009 - ano da implementação do projeto de lei que incluiu as disciplinas de filosofia e sociologia nas grades curriculares do ensino médio - demonstram como a inclusão das matérias impactou no desempenho dos alunos nas demais disciplinas.

A base de dados utilizada para corroborar tal julgamento equivocado foram os resultados obtidos por alunos durante a realização da prova do Enem em 2012, em que foram selecionados dois grupos de amostra: um primeiro composto de alunos formados até 2009, antes da alteração na grade curricular; e outro integrado por alunos formados depois de 2009, ou seja, durante a alteração dos currículos.

De forma mecânica a pesquisa aponta unicamente a inclusão das disciplinas, e o consequente "aperto" da grade curricular, como os responsáveis pelo declínio das notas em disciplinas como redação, matemática e linguagens. Diversas outras variáveis que compõem o complexo quadro de uma escola e da interação aluno-professor com o objetivo da transmissão de conteúdos são deixados de lado. O sucateamento da rede pública de ensino, nos diferentes níveis: municipal, estadual, federal; não é levado em conta. Como se o fechamento de salas, além de sua lotação, não trouxesse impacto sob o desempenho dos alunos.

A pesquisa realizado pelo órgão do governo e divulgada pela Folha de São Paulo vem de forma concomitante a recentes iniciativas do governo de aprovar a base curricular do novo ensino médio, que busca, entre outras mudanças, restringir o peso de tais disciplinas na composição da grade curricular, para que matérias com perfil mais técnico e profissional ganhem espaço.




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