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Educação RS | Diante da maior catástrofe climática da história do RS, SEDUC mantém as aulas na maioria das CREs

Raquel Teixeira, secretária da educação do governo Leite (PSDB) gravou vídeo na noite deste domingo (5) como uma verdadeira madame que vive nas alturas sem a mínima noção da realidade que vive o estado. Com semblante calmo e com algum sorriso no rosto comunica que o "Rio Grande do Sul vive a maior catástrofe climática de sua história". O vídeo não se encontra mais em seu perfil nas redes e nem no perfil da SEDUC. Mas a ordem de manter as aulas em 2/3 do estado se mantém.

segunda-feira 6 de maio | Edição do dia

Raquel Teixeira fala em vídeo que 1/3 do estado foi afetado, mas segundo a própria defesa civil foram mais de 2/3 do estado. Foram 332 municípios que, mesmo onde não alagou muito, sofrem com problemas logísticos por causa das 187 estradas bloqueadas. Os professores e professoras, assim como funcionárias e agentes educacionais não são indivíduos isolados que não tem família e amigos, muitos trabalhadores da educação estão resolvendo questões pessoais, acolhendo ou auxiliando parentes e amigos que vivem nas áreas afetadas.

Muitas escolas do RS neste momento estão debaixo d’água e outras abertas como abrigos de acolhimento dos desabrigados e pontos de coleta de mantimentos. Não há condições de dar aula e nem de receber aula diante deste cenário caótico no estado. As escolas nas poucas cidades que não foram afetadas pelas chuvas só tem condições de receber as comunidades como espaços de acolhimento e assembleia para debater saídas independentes desses governos que ignoraram todos os alertas meteorológicos e científicos e não garantiram a evacuação das pessoas com antecedência. Depois que as pessoas já estavam nos telhados desesperadas, o governador Eduardo Leite fala que não é hora de apontar culpados.

Ademais, o Instituto Nacional de Meteorologia (InMet) lançou novo alerta vermelho para o sul do RS para os próximos dias, onde mais cidades podem sofrer com ventos fortes e alagamentos. Já são 418,2 mil pontos sem energia, 1,06 milhão de casas sem água, dezenas de municípios sem telefonia e sem internet. A defesa civil confirmou até o momento 75 mortes, mas infelizmente sabemos que já devem ser mais. 100 pessoas desaparecidas, 15.192 em abrigos, mais de 80 mil desalojados e aumentando. Estima-se que ao menos 710 mil pessoas tenham sido afetadas e é neste cenário que Raquel Teixeira e o governador Eduardo Leite (PSDB) querem o retorno às aulas.

As aulas deveriam ser suspensas em todo o estado, é absurdo que o governo Leite e Raquel Teixeira queiram manter aula em 2/3 do estado diante de todo esse caos. O CPERS sindicato (dirigido pelo PT/PCdoB/PDT) ainda não se manifestou sobre esta decisão, nem tem como chamar uma assembleia presencial neste momento. Mas é imprescindível que chame uma assembleia online de emergência para decretar greve (até para impor o não corte do ponto) e orientar os educadores a se organizarem em cada local com suas comunidades com um comando de trabalhadores eleitos em cada escola para centralizar as informações de cada região e organizar a solidariedade.

Raquel Teixeira, em tom ridículo dando a entender que não há o que fazer, afirmou que não será a última catástrofe no estado, escondendo a total responsabilidade de seu governo. É preciso sim responsabilizar o governo Leite e lutar por um plano de emergência para o estado, com indenizações para os atingidos, obras de infraestrutura, prevenção e contingência. Só a unidade dos trabalhdores gaúchos e da população atingida pode impor essas medidas fundamentais, e o magistério do estado tem todo o potencial para levantar essa voz.




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