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MÉXICO | Cinismo da OCDE: ’México, um dos países mais desiguais do planeta’

Entre o cinismo e o sarcasmo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE) declarou neste de 15 de outubro em um foro nacional da Indústria Química que o México era o país mais desigual do planeta. Esta instituição imperialista, que tem apoiado os planos que causam a miséria capitalista do país, culminou com um chamado a implementar um segundo pacote de reformas.

terça-feira 20 de outubro de 2015 | 00:30

O cinismo imperialista

Não deixa de ser cínico que a instituição imperialista que agrupa, entre outros, os Estados Unidos e a França para impor planos econômicos, militares e políticos aos países dependentes, coloniais e semicoloniais insistam que o México seja um dos países mais desiguais do planeta. Na verdade, a mesma instituição que pressionou a Grécia a assumir todos os planos econômicos que levaram aos trabalhadores gregos a uma situação a beira do abismo. E seguindo este caminho, seu secretário José Angel Gurria (um político patronal que foi integrante dos gabinetes de Zedillo e de Fox) chamou para que no México se implementem mais reformas e se reduzam as pensões de 26 milhões de trabalhadores.

A OCDE declarou com precisão: "embora o país tenha instrumentado uma política macroeconômica responsável e a aplicação das reformas estruturais ter restabelecido a confiança, é necessário que o México aprove um segundo pacote de reformas. O México tem um dos níveis mais altos da OCDE de desigualdade, provavelmente do mundo, a América Latina é o continente mais desigual do mundo, não o mais pobre e México não canta mal as rancheras (canção típica mexicana) em matéria de desigualdades estruturais que integre o aumento da contribuição em pensões."

As causas da pobreza

Estas instituições imperialistas são as mesmas que aplaudiram a implementação do Tratado de Livre Comércio em 1994 que destruiu o campo mexicano, a venda de centenas empresas estatais a um preço muito baixo -como o caso de TELMEX para Carlos Slim-, que celebraram a reforma trabalhista, que destróem os salários e o direito à sindicalização, a reforma na educação, que a privatiza e despede milhares de professores, assim como a reforma energética que privatiza a PEMEX.

Carlos Slim é considerado o segundo homem mais rico do mundo e dono de uma fortuna de 77 100 milhões de dólares. German Larrea é o terceiro produtor de cobre do mundo, Azcarraga e Salinas Pliego tem uma fortuna de 8 milhões de dólares.

Ao tempo no país há 7 mil pessoas detidas em prisões por roubo de comida: roubo pela fome! Pra além, segundo Araceli Damian e Julio Bolvitnik " o 64.8 por cento dos mexicanos apresentou pobreza alimentar, ou seja quase o triplo do reconhecido oficialmente. A situação era muito crítica nas zonas rurais (87 por cento), e nas áreas urbanas não era um problema menor (como parece ser com os dados oficiais), já que quase 60% da população resultou ser pobre por esta dimensão (57.2 por cento)."

Não dizem nada novo. Viver no México, como diz um poema, é quase um ato subversivo. O salário mínimo não dá para cubrir a cesta básica. Os salários no país são os mais baixos de toda a América Latina.

Enquanto os trabalhadores, o povo pobre, as mulheres, os povos originários fazem esforços sobrehumanos para chegar ao fim do mês, no México existem grandes fortunas, grandes empresários e capitalistas que tem juntado fortunas impressionantes em base a implementação das reformas estruturais.

O principal responsável da pobreza e a desigualdade é este sistema capitalista de exploração, opressão e miséria, onde um punhado de capitalistas se apropriam da riqueza que produz a imensa maioria trabalhadora, no campo e na cidade. E a subordinação e dependência ao imperialismo, que impõe seus planos econômicos, políticos e militares, e faz deste país seu quintal.

O cinismo da OCDE não tem comparação pois são estas instituições, junto ao FMI e o BM que são os principais responsáveis da aplicação de uma série de medidas e reformas estruturais que tem convertido o México em um quintal dos interesses dos imperialistas. São estas instituições imperialistas, junto aos partidos políticos patronais como o PRI, o PAN e o PRD, os que tem submergido o país em miséria, barbárie e pobreza.

Tradução de Raíssa Campachi




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