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SÃO GONÇALO | Chacina de 7 pessoas em São Gonçalo pela Polícia e o Exército até agora ’não tem culpados’

sexta-feira 17 de novembro de 2017 | Edição do dia

São Gonçalo, região metropolitana do Rio. Um comboio formado por dois blindados do Exército e um da Polícia Civil entrou no complexo de favelas do Salgueira. Em busca de criminosos, como afirmam todas as vezes? Não. O crime era festa de rua, baile funk.

Com o baile interrompido, em um trajeto de 1km, o comboio deixou sete jovens mortos mas se recusa a assumir qualquer responsabilidade.

Num toma lá dá cá que já dura 7 dias, tanto exército quanto polícia negam o envolvimento nas mortes, e empurram a responsabilidade para o outro.

O sociólogo Ignácio Cano, do Laboratório de Análise da Violência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) afirma: "Temos sete corpos no chão que ninguém reconhece", e continua: "Isso é algo novo até para o Rio. E é extremamente grave".

Devido a uma mudança na legislação, que garante julgamento na Justiça Militar de militares que participem de ações de segurança pública, apenas os Policiais Civis estão sendo investigados, o que segundo Cano, abre mais uma brecha de impunidade na lei, que já alivia também policiais militares que cometem crimes desse tipo.

Até agora, as duas instituições responsáveis pela opreção, Comando Militar do Leste (CML) nem Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) explicaram tampouco o motivo da incursão. E ainda que os moradores contem que encapuzados disparavam contra as pessoas presentes no baile, nenhum laudo foi divulgado das perícias feitas nas armas, corpos e local. No caso dos militares, seus equipamentos sequer foram apurados.

Em julho, o governo federal autorizou o uso das Forças Armadas para reforçar a insegurança no Rio de Janeiro. Foram 8,5 mil agentes deslocados para a missão. Essa medida foi autorizada pelo governo golpista de Temer, mas através das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) já era prática comum desde o governo Lula, no Rio de Janeiro e em favelas de Salvador.




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