O dia de paralisação nacional chamado pelas centrais sindicais em Porto Alegre teve cerca de 7 garagens trancadas pelas principais centrais sindicais do país, como CUT, CTB, Intersindical e CSP-Conlutas.
quinta-feira 22 de setembro de 2016 | Edição do dia
Às 5h da manhã do dia 22 de setembro a garagem da Trevo, localizada na zona sul da capital gaúcha, que reúne também trabalhadores da Tinga, amanheceu trancada por manifestantes ligados à CUT. As centenas de trabalhadores rodoviários foram se aglomerando em frente à garagem a fim de saber o que estava ocorrendo.
‘A paralisação não foi construída com os trabalhadores’, diziam alguns dos rodoviários presentes. Sequer um panfleto foi distribuído nos dias anteriores, nenhuma assembleia foi feita e o sindicato, ligado à Força Sindical, como sempre, virou as costas para a categoria.
“As pautas de luta são legítimas e de interesse de todo peão”, disse Adailson Rodoviário, candidato à delegado sindical pela Trevo, “esse governo que ninguém votou, o Michel Temer, está nos EUA colocando o país à venda e rifando os nossos direitos. Os patrões querem tirar ainda mais o nosso coro, acabando com os direitos trabalhistas, tirando o 13o, reduzindo o salário e aumentando o tempo de se aposentar. É preciso colocar esse Temer pra fora e derrubar todos esses ataques.”
E continuou: “mas condenei o método utilizado, sem diálogo com a base e feito de maneira forçada. As centrais sindicais, entre elas a CUT, foram por bom tempo espectadoras do show de horrores que se armou contra trabalhadores. O PT votou projetos reacionários como a lei antiterrorismo que criminaliza os movimentos inclusive dos próprios peões, sancionou a cláusula de barreiras, e diversos outros projetos impopulares. Não podemos defender a CUT e nem o PT. Não vamos delegar o protagonismo de uma luta que só será vitoriosa quando feita por nós mesmos.” Ao término, chamou os trabalhadores a fazerem as próximas ações de luta.
Até pouco tempo a CUT estava de mãos dadas com a Dilma nos cortes bilionários à educação e saúde, nos ataques ao seguro-desemprego, etc. Agora fazem ações radicalizadas, sem discussão na base, para aparecerem como combativos e dar visibilidade midiática à luta pelo Fora Temer de olho nas eleições municipais do dia 02/10 e nas eleições de 2018. Sem os trabalhadores a frente do processo, essa batalha será em vão e terá o objetivo exclusivo de dar um tom vermelho e radical à CUT e o PT que já cansaram de nos mostrar o quanto estão atrelados aos interesses da democracia dos ricos.