terça-feira 26 de julho de 2016 | Edição do dia
O posto de saúde da Vila Cruzeiro, na zona sul da capital gaúcha, viveu uma noite de tensão nessa última segunda-feira (25) por conta da situação de extrema precariedade na qual se encontra o Postão. Cerca de 70 pessoas aguardavam durante horas o atendimento, até que muitos pacientes se revoltaram. A Brigada Militar foi acionada em seguida.
As razões para a demora no atendimento são muitas e todas elas se relacionam com a crise pela qual o estado do Rio Grande do Sul vem passando. Para atender essas cerca de 70 pessoas, havia apenas dois plantonistas, sem contar outros 15 pacientes que já estavam em observação. A superlotação do Postão da Vila Cruzeiro, realidade que pode ser observada em vários outros pela cidade, se dá por conta da falta de funcionários, médicos, precária infra-estrutura, falta de postos de saúde (cerca de 80% dos casos poderiam ser resolvidos na rede básica), entre outros aspectos. Esses dados são explicados pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS).
Houve casos de mais de doze horas de espera, como informa a reportagem do Simers, na qual o paciente acabou se revoltando. Os que conseguem atendimento acabam encontrando uma situação de extrema precariedade, como na área de isolamento onde 4 leitos servem para 5 pacientes com tuberculose e outras enfermidades contagiosas.
Esse cenário de “guerra” do postão da Vila Cruzeiro escancara a grave situação na qual se encontra a saúde pública em Porto Alegre. Na medida em que a crise econômica vem sendo despejada nas costas da população, essa situação tende a piorar, com ainda menos médicos, funcionários e infra-estrutura para dar conta da enorme demanda que existe.
Foto: Simers