De um lado, a fortuna dos bilionários brasileiros cresceu 11,6%. Do outro, quase 15 milhões estão desempregados, dezenas de milhões no subemprego, trabalho informal ou precário. Estamos morrendo de covid ou desesperados na miséria, especialmente os negros, mulheres e LGBTs. A juventude não tem direito de estudar numa universidade pública e vai trabalhar em aplicativo de entrega.
quinta-feira 30 de setembro de 2021 | Edição do dia
A classe trabalhadora e o povo pobre já viviam na miséria antes da pandemia. Enquanto os 5 maiores bilionários tinham a riqueza equivalente à metade da população brasileira, 31 milhões viviam sem saneamento básico e 13 milhões em favelas.
Durante a pandemia, piorou. De um lado, a fortuna dos bilionários brasileiros cresceu 11,6%. Do outro, quase 15 milhões estão desempregados, dezenas de milhões no subemprego, trabalho informal ou precário. Estamos morrendo de covid ou desesperados na miséria, especialmente os negros, mulheres e LGBTs. A juventude não tem direito de estudar numa universidade pública e vai trabalhar em aplicativo de entrega.
Desde que começou a crise econômica no governo Dilma, estão descarregando a crise econômica nas nossas costas, tanto os empresários, quanto os governos, o parlamento e o STF. Em 2016 os poderosos deram o golpe institucional do impeachment e depois prenderam Lula, para atacar muito mais e rapidamente. No governo de Bolsonaro, Mourão e Guedes, piorou tudo. Só aplicam medidas que entregam nossa riqueza para um punhado de grandes empresários estrangeiros e nacionais, enquanto ficam lambendo a bota de Trump. Reforma trabalhista, da previdência, privatizações, destruição do meio ambiente para agradar o agronegócio e outros ataques que só pioram nossa vida, que deveria valer mais que o lucro deles.
Basta! Não devemos naturalizar a vida na miséria enquanto um punhado de grandes empresários tem tudo. Não podemos ter ilusão de que a eleição de 2022 vai resolver nossos problemas, pois ele não vai revogar todos esses ataques que nos fizeram. Precisamos lutar agora contra os governantes e para que os grandes empresários paguem pela crise.
Muitos tem esperança em um novo governo Lula, mas não podemos ter ilusão na via eleitoral. Mesmo Lula atacou quando o país estava em crise econômica no seu primeiro governo. Quando a economia cresceu, deu concessões mínimas, mas esses anos de crescimento não vão voltar mais. E todas aquelas pequenas concessões já nos foram tiradas, porque nenhuma mudança foi estrutural.
Muito menos podemos confiar em Ciro Gomes ou qualquer outra alternativa que se diz oposição a Bolsonaro mas que é da direita. Fazem discurso para serem uma "terceira via", mas estão juntos nos atacando.
Precisamos seguir o caminho do povo de outros países, que saíram às ruas em protestos contra os ataques dos governos e dos grandes empresários. Precisamos de uma grande aliança da classe trabalhadora, da juventude e dos movimentos sociais para barrar os ataques. Devemos unir todos os setores em luta e a esquerda para em uma só voz exigir que os dirigentes sindicais saiam da paralisia e organizem um plano de luta urgente de todos os sindicatos e centrais sindicais, no caminho de uma greve geral.
Só assim vamos impor demandas urgentes como um auxílio emergencial de ao menos um salário mínimo e a derrubada de todos os aumentos feitos na pandemia (luz, água, gás, gasolina e transporte), congelando os preços nos valores anteriores à crise sanitária. Mas precisamos lutar por uma saída de fundo para os problemas do país. Isso passa por colocar pra fora Bolsonaro e Mourão, mas combinado com uma luta emergencial contra o desemprego e os salários de miséria:
Reajuste salarial mensal igual à inflação!
Se tudo aumenta mensalmente, então tem que aumentar os salários! Estamos num recorde da inflação, destruindo nosso poder de compra que já era baixo, mesmo quando deixamos nosso suor, sangue e vida nas fábricas, comércios e em cada local de trabalho, onde somos cada vez mais super-explorados. Não adianta mais fazer campanha salarial a cada ano para repor o poder de compra do salário, porque a inflação rouba todo aumento anual no mês seguinte. Precisamos de uma campanha unificada de todos os sindicatos nacionalmente para impor o reajuste automático dos salários a cada mês de acordo com o aumento do custo de vida.
Emprego com plenos direitos para todos!
Não podemos naturalizar a precarização, a terceirização e a "uberização" do trabalho. Precisamos unir nossa classe, empregados e desempregados, em defesa
deste direito mínimo que é o emprego com plenos direitos para todos.
Nas empresas que tiveram que baixar a produção, não podemos aceitar que haja demissões. As horas de trabalho devem ser divididas entre todos os trabalhadores, sem redução salarial. Mas nossa perspectiva deve ser resolver o problema do desemprego em toda a sociedade, dividindo as horas de trabalho de todo país entre empregados e desempregados, começando pela redução para jornada de 6h, 5 dias na semana.
Para gerar empregos, é preciso um enorme investimento estatal em um grande plano de obras públicas para vários anos. Um plano controlado pelos trabalhadores, ligado a uma verdadeira reforma urbana, garantindo moradias, saneamento básico, transporte público rápido, hospitais, escolas, tudo o que é necessário para uma vida digna.
Organize-se conosco
Entre em contato com o Esquerda Diário e o MRT e faça parte dessa campanha e por cada luta no seu local de trabalho. Envie denúncias. Nossa luta é também por um governo de trabalhadores de ruptura com o capitalismo. No marco dessa luta, também não acreditamos que uma saída como o impeachment de Bolsonaro vai resolver. Precisamos arrancar esse fascista do poder, mas não para colocar o outro chamado Mourão. Lutamos por uma nova Constituinte imposta pela luta, onde possamos debater todos os problemas do país através de deputados eleitos e revogáveis pelos eleitores, porque com as regras do jogo do país hoje, trocar os jogadores (presidente e outros nas eleições) não vai mudar nada estrutural.
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