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LUCROS DOS BANCOS | Bancos reajustam tarifas acima da inflação desde 2016

Os cinco maiores bancos do país, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica, Itaú e Santander, segundo pesquisa sobre os reajustes dos bancos realizado pelo IDEC divulgada nesta quarta, possuem os valores de tarifas avulsas muito acima da inflação desde novembro de 2016 até outubro deste ano. O ajuste foi de 4,6 vezes mais que a inflação.

quinta-feira 21 de dezembro de 2017 | Edição do dia

A pesquisa constatou que estes bancos oferecem 58 serviços, dentro deles 50 (81%) subiram de preços, seis não foram corrigidos e dois tiveram reajustes inferiores ao índice da inflação. A Caixa Econômica foi a ganhadora de maior aumento de 78,88%, tendo aumentado seu pacote convencional de R$ 25,10 para R$ 44,90.

Esse aumento significou um ajuste dos bancos públicos à realidade de mercado e as taxas foram consideradas abusivas por especialistas do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, porque o aumento dos preços sem uma real melhora nos serviços de atendimento ao consumidor se configuram em práticas abusivas. O alinhamento dos bancos públicos com os demais significa um setor bancário mais concentrado, logo com os ajustes contribuindo ainda mais para o endividamento da população e para que sejam reféns dos grandes monopólios bancários, aumentando as tarifas da forma que quiserem, a mercê do mercado, e os trabalhadores que têm que se virar para lidar com elas.

Segundo especialistas da instituição, é importante sempre ficarmos atentos às taxas e aos extratos de tarifas e alguns dos nossos direitos. Por exemplo, segundo o Banco Central existe o direito de acesso ao pacote de serviços sem necessidade de pagamento de taxas. Ficar atento a isso nos ajuda a diminuir um pouco das grandes taxas de pagamento existentes.

Em média, no conjunto dos bancos os ajustes ficaram dessa maneira, 4,6 vezes a mais que a inflação oficial do período, que seria de 2,7%. Entretanto, vale a pena destacar que apesar do expressivo aumento, os preços da Caixa Econômica acompanharam os demais bancos. Sobre as tarifas avulsas, o reajuste médio ficou no Banco do Brasil em 10,07%; no Bradesco em 5,12%; na Caixa em 14,56%; no Itaú em 4,87%; e no Santander em 3,10%.

Para exemplificar e mostrar ainda mais o perfil de mercado dos bancos, agora inclusive serviços gratuitos como a utilização dos aplicativos para pagar contas, consultar o saldo e o extrato estão sendo cobrados por alguns bancos. Agora, o consumidor deve pagar para ter acesso ao serviço. Outra prática comum aos bancos atualmente tem sido oferecer os serviços conforme o perfil de renda e não a necessidade, muitas vezes colocando os consumidores para pagar serviços que não irão utilizar.

Todas essas práticas demonstram as práticas abusivas dos bancos, fazendo parte do grande monopólio financeiro capitalista existente. Enquanto isso muitos trabalhadores sequer tem direitos garantidos, são sobrecarregados de trabalho e vejamos como ficarão após a reforma da previdência. Com isso, precisamos de uma saída permanente para não seguir sendo explorados por essa demanda do mercado sanguessuga, que cada vez mais nos quer refém deles. Por isso os bancos, para além de serem públicos, teriam que estar sendo geridos pelos trabalhadores e pela população, para que controlassem as tarifas, as transações, e pudéssemos dessa forma, tornar o serviço mais justo.


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