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Frente ampla | Arcabouço Fiscal, o Teto de Gastos de Lula-Alckmin, agrada até mesmo Temer

A declaração de elogio de Temer ao Arcabouço Fiscal de Lula-Alckmin mostra como a política econômica durante esse governo de frente ampla contempla os interesses dw empresários e não dos trabalhadores.

Julia CardosoEstudante de Ciências Sociais da USP

quinta-feira 1º de fevereiro | 13:58

Em evento da UBS BB, nesta terça-feira (30),o ex-presidente Michel Temer declarou que com a substituição do congelamento de gastos instituído por ele em 2023 pelo Arcabouço Fiscal, “Haddad é uma agradável surpresa. Ele faz o possível para manter a integridade das contas públicas”.

A confiança de Temer em Haddad ocorre porque, como já víamos apontando, o Arcabouço fiscal se constitui de um novo teto de gastos de Temer e contempla os interesses do capital financeiro e empresas, ao cortar o orçamento de áreas sociais, como saúde e educação. Priorizando os interesses dos capitalistas em detrimento da qualidade de vida dos trabalhadores.

Para além do Arcabouço, a política econômica de Lula-Alckmin contempla a Lei Orçamentária Anual, a qual foi sancionada na última semana, que define como será gasto o dinheiro público da União. A proposta do congresso, referendada por Lula, prevê que de 5,4 trilhões, 2,3 serão enviados apenas ao pagamento da dívida pública, a qual é em sua maioria de responsabilidade dos grandes bancos.

Assim, temos que enquanto 2,3 trilhões são destinados a pagar a dívida que os capitalistas criaram, o ministério da saúde recebe 232 bilhões, um décimo do que é destinado aos bancos; educação recebe 181 bilhões, e o ministério da cultura apenas 3,5 bilhões de reais. Para além de que, enquanto é previsto 300 bilhões de reais para o agronegócio e a indústria via do BNDES, apenas 853 milhões será destinado ao Ministério do Povos Indígenas, os quais são justamente os mais atacados pelo avanço do agronegócio, a exemplo do recente assasinato da liderança Nega Pataxó na Bahia. A partir desses dados fica claro qual é a prioridade do governo de Frente-Ampla e a quem sua política econômica mais favorece.

Somado a isso, temos ainda a política do déficit zero defendida por Haddad que, a fim de reduzir os gastos, pode significar bloqueios (cortes) em recursos de pastas fundamentais como saúde e educação.

Assim, o que temos no governo de frente ampla Lula-Alckmin é uma política econômica que tem por compromisso beneficiar os capitalistas e suas grandes empresas, e que em razão disso, recebe elogios da direita, como do emedebista, Michel Temer. Como efeito da conciliação com esses setores, Lula-Alckmin tem levado uma política de favorecer os empresários, abrindo espaço para ataques contra a classe trabalhadora por parte da extrema-direita.

Em vista disso, é preciso marcar que o único caminho para pôr abaixo cada medida que privilegia o capital em virtude dos trabalhadores, cada ataque que coloca a juventude e nossa classe sobre a precarização, apenas vai se dar por via da mobilização dos trabalhadores unidos aos mais oprimidos de forma independente do governo. É preciso que nos inspiremos na força da classe trabalhadora Argentina que enfrenta a repressão de Bullrich para pôr abaixo as medidas absurdas de aumentar a precarização e findar os direitos sociais do presidente de extrema-direita, Javier Milei.




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