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LAVA JATO | Aproveitando morte de Teori para pressionar, Janot diz que Lava Jato sofrerá atraso

sexta-feira 20 de janeiro de 2017 | Edição do dia

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, estava na Suíça para mostrar a milionários e bilionários como a Lava Jato ajuda a privatizar o país quando recebeu a notícia da morte do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki. Decidiu que retornaria nesta sexta-feira, 20, ao Brasil, chegando a Brasília no fim do dia. Disse que agora o que está em jogo é a investigação da Operação Lava Jato.

Com a morte do relator do caso no STF, Janot prevê que a homologação das delações da Odebrecht deve sofrer atrasos e que não mais haveria condição de que sejam realizadas no início de fevereiro, como estava planejado.

Na Procuradoria-Geral da República, os cálculos são de que, se os casos da Lava Jato forem redistribuídos a um outro ministro, a homologação dos 950 depoimentos da construtora poderiam ser adiadas em pelo menos três meses.

Nesta quinta-feira, 19, assessores do Supremo informaram que audiências com os 77 delatores da Odebrecht para confirmar que concordaram em colaborar com a Lava Jato serão canceladas. A expectativa era de que Teori e sua equipe começassem nesta semana as audiência. Nesta fase, os delatores não precisariam entrar no mérito das denúncias, mas apenas informar se foram coagidos ou não a firmar o acordo de delação com o Ministério Público.

Em um rápido pronunciamento à imprensa na noite de quinta-feira, a presidente do Supremo, Cármen Lúcia, evitou comentar o futuro dos processos da Lava Jato após a morte de Teori. "Não estudei nada, por enquanto", disse ao ser questionada sobre que ministro ficaria com a relatoria dos inquéritos. "Minha dor é humana, como tenho certeza de que é a dor de todos os brasileiros depois de perder um juiz como este", afirmou a ministra.

Janot estava na Suíça para discutir com o procurador-geral do país europeu avanços na cooperação em relação às investigações. No encontro, ele pediria o congelamento de novas contas e tentaria estabelecer uma forma de garantir que as novas delações da Odebrecht pudessem contar com o apoio dos suíços. Berna teria a função de confirmar contas e as informações prestadas pelos executivos brasileiros.

Por horas, Janot se recusava a pensar na hipótese da morte do ministro e pedia calma a todos. Uma de suas preocupações era justamente a pressão que sofreria o MP para apurar a "tese do assassinato", que evidentemente dada as suspeitas do caso foi a que prevaleceu em todas conversas no país.

Com sua nova declaração anunciando a paralisia da operação Janot parece indicar que quer aproveitar a morte para pressionar para fortalecer a Lava Jato e ala do regime que busca dar mais e mais poder ao poder judiciário, em detrimento de parte da casta política fartamente denunciada. A seletividade e blindagem de interesses estrangeiros na operação, mostram como a operação visa substituir um esquema de corrupção por outros, passando por uma ofensiva privatista, tal como ele anunciou em Davos.




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