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Conciliação de classe | Afronte fez chapa com PSDB para o DCE na Unirio, obedecendo mais uma vez o que PT e UJS mandam

Seguindo sua política de subserviência do PT e UJS, a juventude da Resistência/PSOL disputou as eleições do DCE na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro com os direitistas do PSBD, mostrando até onde vai a política de conciliação de classes.

sexta-feira 10 de novembro de 2023 | Edição do dia

Seguindo sua política de subserviência do PT e UJS, a juventude da Resistência/PSOL disputou as eleições do DCE na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro com os direitistas do PSBD, mostrando até onde vai a política de conciliação de classes.

No vale tudo na disputa pelo aparato, o Afronte concorreu ao DCE da Unirio em uma chapa junto com o PSDB, um partido neoliberal da direita tradicional, símbolo dos interesses da burguesia financeira. Se trata de um dos setores que foram linha de frente para impor o golpe institucional de 2016, além de votar majoritariamente favorável pela Reforma da Previdência e de forma unânime pela Reforma Trabalhista, que precariza a vida da juventude e da classe trabalhadora de conjunto.

O PSDB também votou a favor do Marco Temporal e do Novo Ensino Médio, que seu governo em São Paulo, com João Dória, teve orgulho de colocar o estado como exemplo desse ataque, que hoje o governo Lula-Alckmin já disse que não vai revogar, assim como as demais reformas herdadas do bolsonarismo. A política de ataques à educação do PSDB em SP é histórica: enquanto foi governador, Geraldo Alckmin sucateou e precarizou profundamente o ensino no estado, tentou fechar escolas, espancou professores com sua PM, recordista em mortes nas periferias, além de diminuir o orçamento e repasse para o ensino superior. Essa política segue, agora pelas mãos do governo bolsonarista e privatista Tarcísio de Freitas, do Republicanos, que também tem um ministério no governo Lula-Alckmin. No Rio Grande do Sul, com Eduardo Leite, o PSDB é o partido responsável por privatizar o primeiro presídio no país em parceria com o governo federal, o que significa aprofundar ainda mais a política racista do Estado brasileiro.

É com esse partido que o Afronte compôs chapa, seguindo os passos de conciliação de classes do PT que cada vez mais segue buscando aliados com a direita, tendo o próprio Geraldo Alckmin como vice, mas também aglutinando figuras asquerosas da extrema direita dentro de seu governo. Até mesmo sobre o massacre contra o povo palestino levado à frente pelo Estado sionista de Israel, o governo Lula-Alckmin sequer citou nominalmente o governo de Benjamin Netanyahu como responsável pelo barbárie em curso, que está sendo rechaçada por estudantes e trabalhadores de todo o mundo.

Diante disso, a postura do Afronte/Resistência sobre a defesa da Palestina é tímida. Ao invés de dar peso à necessidade de ruptura das relações entre Brasil e Israel, algo elementar do ponto de vista da solidariedade internacional com o povo palestino, remetem à ONU a resolução do conflito, um organismo imperialista responsável pela criação do Estado artificial de Israel. E fica ainda mais absurda essa relação do Afronte com o PSDB quando se tem ciência de que esse partido leva à frente os interesses de grande empresariado sionista do país.

Ao contrário de lutar pela auto-organização do movimento estudantil de forma independente, a política de subserviência do Resistência/Afronte ao governo já estava clara desde o57º Congresso da UNE, onde esteve junto à burocracia da UJS e do PT, apoiando sua manutenção na direção da entidade, na qual parasitam há décadas, paralisando qualquer iniciativa e agora subordinando a luta dos estudantes à política do governo. Votaram junto a esses setores da burocracia estudantil resoluções nacionais, vociferando um "terceiro campo" dentro da entendida estudantil, mas que agora se demonstra uma verdadeira mentira já que se dispuseram até mesmo a fechar chapa com o PSDB.

Falsificando qualquer ideia de “frente única” e se unificando com uma burguesia supostamente democrática com a justificativa de “enfrentar o neofascismo”, fazem todo um malabarismo político pra tentar dissimular sua posição de conciliação de classe. Entretanto, essa união com a direita na disputa de uma entidade estudantil escancara a política de direitização do Afronte, e do PSOL de conjunto, buscando cobrir pela esquerda a conciliação do governo com a direita, que é o que abre espaço à extrema direita.

Veja também:Por que o PSOL e Boulos não dão peso para a luta em defesa da Palestina?

Distante de qualquer perspectiva de independência política, cada vez mais se confirma o que a Faísca Revolucionária dizia no Conune: a diferença entre o Afronte o PT é que um vai mandar e o outro obedecer. A eleição da Unirio é uma prova dramática de até onde chega essa subordinação.




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